terça-feira, 31 de julho de 2012

"...E ELES SE TORNARÃO UMA SÓ CARNE". Mas peraí: A sua carne ou a minha?


Em que Deus estava pensando quando projetou dois indivíduos únicos, que nunca seriam copiados, estranhamente maravilhosos, com as próprias visões, sonhos e objetivos, e depois disse a eles: “Agora vocês vão se tornar uma só carne”? E qual de nós dois nós devemos nos tornar? Ele deve se tornar como eu, ou eu devo me tornar como ele?  O que Deus está realmente nos pedindo para fazer e qual é o Seu propósito com tudo isso?
             A união de duas pessoas em um casamento harmonioso é um processo que leva tempo, e eu sou a primeira a admitir que fazer um relacionamento dar certo é difícil e por vezes até doloroso.  Muitos casais dependem do amor para manter o casamento de pé, mas o compromisso é a cola do casamento, e o amor é a recompensa por manterem a promessa de permanecer um ao lado do outro nos bons e maus momentos, na saúde e na doença, na pobreza e na riqueza.  O processo de manter essa promessa é o que faz o amor crescer entre os dois.
            A história de como Allan e eu nos encontramos é provavelmente parecida com a de muitos de vocês.  Nos conhecemos quando crianças, pré-adolescentes (quando essa fase ainda existia, kkkkkkk).  Participávamos ativamente de grupos de adolescentes da igreja, e por isso realizávamos congressos regionais e até estaduais (Vocês devem conhecer alguns: CONGA, PIABA, ABASE, etc.). Allan era o amigão de todos, engraçado, contador de piadas, adorava fazer imitações e era sempre o centro das atenções.  Eu era diferente, sempre a líder, ocupada com alguma reunião ou evento, não piscava o olho atenta pra saber se alguma coisa estava dando errado, mas adorava ir nesses congressos pra arrumar um namoradinho! Sempre fomos amigos, mas nunca nos imaginávamos juntos.  O tempo (e também faculdade, trabalho, compromissos...) cumpriu seu papel de nos afastar.  Nunca mais nos vimos.
            Os anos se passaram, Allan teve seus relacionamentos, e eu os meus; até que um dia, uma amiga me chamou pra ver a banda do namorado dela tocar em um evento (desses que nós participávamos, mas que a esta altura já havia se extinguido).  Esse evento era uma proposta de volta ao “Encontrão”, quando adolescentes evangélicos se reuniam no Clube Vitória – Parque Moscoso, para cantar, louvar e se encontrar.  Fazia tempo que eu não ouvia falar mais desses encontros... eles não existiam mais...
            Enfim, resolvi aceitar o convite de Erika pra relembrar nossos velhos encontros e fui.  encontrei Allan, que também foi com a expectativa de reviver o “Encontrão” que desta vez aconteceu em Itaparica, Vila Velha.
            Essas duas pessoas, tão diferentes, se encontram ali, em sua “volta ao passado”, e desde então nos encontramos todos os dias, até hoje.  Allan, sempre aquele brincalhão, mas comprometido com Deus, demorou pelo menos uns 6 encontros pra chegar um pouquinho mais perto de mim.  Para o primeiro beijo acontecer então, ele me pediu permissão!!  Acredita????
            Eu, o oposto dele, me divertia com aquela situação, e falava comigo mesmo: “Caramba! E eu que achava que o normal era beijar primeiro e depois perguntar ‘qual o seu nome’? 
            Allan viu em mim uma esposa, ele queria que tudo corresse de acordo com o que Deus tinha projetado.  Eu não conseguia ver aquele inicio de relacionamento como nada sério, ou com futuro promissor.  Futuro?  Claro que eu pensava em meu futuro:  Minha carreira, minhas produções, meu carro, meu apartamento, só pra mim, não dava pra encaixar ninguém nos meus planos naquele momento.  Mesmo assim, cerca de 1 ano depois: Nós nos casamos, e então a diversão começou.
            Allan diz que sempre gostou daquela “chama” original na minha personalidade.  Houve muitas vezes em que essa chama gerou discussões, mas com o passar dos anos, Deus transformou nós dois.  Eu costumava achar que Allan realmente se divertia com meus rompantes de temperamento.  Me lembro das vezes em que estávamos discutindo acaloradamente e Allan conseguia mudar minha atitude ao dizer com um sorriso: “Ei, mas aqui está a menina brava que eu tanto gosto – mantenha essa chama acesa!”
            Ambos concordamos que para o nosso casamento estar durando até hoje, foram necessárias muitas noites de oração e apoio de pessoas que nos amam e querem nos ver bem.  Allan sempre brincalhão e tranquilo, não me parecia estar comprometido como o cabeça do lar, o líder e provedor da casa.  Eu, o stress em pessoa, sempre tentei resolver tudo com a força do meu braço, ocupando assim o lugar de meu marido.  Se duas pessoas precisam se tornar uma só carne, como Deus costuma repetir na Sua Palavra, era óbvio que teríamos de fazer algumas mudanças.  Por muito tempo me parecia certo que Allan era a pessoa que precisava de correções.
            Allan queria que eu mudasse, e eu queria que ele mudasse.  Mas precisei chegar ao ponto em que finalmente compreendi que eu precisava fazer o que era certo, quer Allan mudasse ou não.  Ainda que ele jogasse videogame todo sábado, e comprasse coisas caras (que a meu ver eram absolutamente desnecessárias) pelo resto de sua vida, eu precisava agir corretamente independentemente do que ele fizesse.
            É impressionante como Deus transforma as coisas. As mesmas situações que costumavam gerar separação e conflitos entre nós ainda existem, mas elas não têm mais o efeito de divisão que tinham sobre nós.  Antes eu o importunava e estava furiosa o tempo todo, e ele havia aprendido a me ignorar.  Agora, estamos aprendendo a ser sinceros com os nossos sentimentos sem ameaçar a segurança um do outro.  Estamos aprendendo a encontrar o momento certo para confrontar um ao outro com os problemas que costumavam nos lançar em cantos opostos do ringue. Claro, ainda estamos aprendendo!
            Nem o marido nem a esposa estabelecem o padrão do que o outro deve se tornar. Só Cristo é o modelo ao qual devemos nos adaptar.  Atingir o objetivo de se tornar um com o outro é um processo diário, assim como se tornar semelhante a Cristo é uma trajetória de estudo que dura uma vida inteira.  É doloroso trabalhar em um relacionamento, mas é mais doloroso colher fracasso, dissensão e separação daqueles a quem amamos porque simplesmente os negligenciamos e plantamos sementes ruins. 
            O plano de Deus pra nós é restaurar o nosso relacionamento com Ele e, depois, o nosso relacionamento um com o outro.  Deus não mudou o nosso estilo individual ou a nossa forma de encarar a vida; Ele tem transformado o nosso coração para aceitarmos melhor um ao outro.  Ele tem nos ensinado a nos adaptar e a suprir as necessidades um do outro quando possível; Ele tem nos ensinado a cuidar um do outro como se estivéssemos cuidando de nós mesmos.
            Se todos nós pudéssemos praticar essa habilidade de aceitar e cuidar um do outro em casa, esses padrões de relacionamento poderiam se irradiar para a maneira como tratamos as pessoas no trabalho, no nosso bairro e no nosso mundo. Então, o mistério do relacionamento do qual Deus falou em Efésios 5:32 começaria a revelar seu segredo.

6 comentários:

Anônimo disse...

Seu blog está cada vez mais legal! Bjsss... Priscila Azevedo

Unknown disse...

Valeu Priscila!! Que o Senhor continue nos derramando de Sua graça, para seguirmos como esposas segundo Seu coração!!!

Dri disse...

Muito bom o texto, estava precisando ler isso!!

Klay Ramos disse...

Kd vc amigaaa??!!! rs Volte!😍

Klay Ramos disse...

Kd vc amigaaa??!!! rs Volte!😍

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